Amigo, sou da terra,
Nasci do útero na nação dos pinheiros araucárias.
Colo quente, terra de Povo Livre.
Terra da humanidade terna e fraterna.
Sou mulher-araucária,
Mulher com raízes, profundas, galhos verdes.
Mulher-canto, mulher-encanto, vôo, sonho e utopia.
Mulher-nó-de-pinho, teimosa, dura, resistente.
Amigo, sou de pão,
Do fogo aprendi a lição da dureza,
Do trigo a ternura e a doçura
E do pão a ser alimento do teu caminhar.
Deste eterno mudo mudar
Nasce a vida, jorra o sangue.
Sou de lua, de sonho e de desejo.
A minha noite é mais clara do que o dia.
A minha escuridão é grávida de todas as alvoradas.
Amigo, nasci mulher. É suficiente.
Maria Soave - Luas...
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