VIVER EM “ESTADO DE ADVENTO”
“Vigiai,
porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt
24,42)
“Advento é tempo propício – “kairós” - para ajudar a superar nossa “dispersão”
e poder recuperar a densidade
humana interna. Para isso, precisamos entrar em “estado de vigilância”, repensar a interioridade perdida, reconquistar a
autodeterminação.
E
“vigiar” não é repetir-se, mas re-descobrir-se,
re-inventar-se, re-encontrar-se, buscar-se de novo.
“Vigiar” é re-ajuntar as energias humanas que haviam
sido dispersas e canalizá-las para reabrir
horizontes fechados e gerar diferenças originais fecundas.
“Vigiar”
é acordar a autonomia adormecida
e emancipar-se, ser pólo de afirmação pessoal e social. É indispensável colocar “ordem” por
dentro e descobrir que a pessoa pode inventar-se a cada dia, a cada passo,
conduzindo conscientemente a vida em direção à plenitude e não arrastá-la pelo
chão.
Quem
está em “estado de vigilância” tem a coragem de redefinir-se, de eleger, de assumir-se; é
alguém preparado para dar um salto arrojado e criativo.
É
nessa direção que o “tempo do Advento”, centrado n’Aquele que vem mobiliza e re-ordena todas as dimensões da vida e
propõe um caminho de humanização. Ele desafia cada um a assumir o
potencial humano criativo que estava latente em seu interior.
Estar atentos e vigilantes é uma condição humana e cristã para viver intensamente; viver
distraídos e dispersos é perder as oportunidades de
muitos encontros, é deixar que o outro passe ao nosso lado
sem nos darmos conta, é deixar que Deus passe sem que o
percebamos,
é deixar passar o momento em que Ele nos chama e perdemos a oportunidade de dar uma resposta vivificadora.”
Viver é estar atentos à vida, a nós
mesmos, aos demais. Viver é estar atentos às ocasiões únicas, às oportunidades
que não voltam; viver é estar com os olhos abertos para contemplar, é estar com
os ouvidos atentos para escutar e
o coração livre para amar.
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