Novidade, harmonia e missão foram os
três aspectos da ação do Espírito sublinhados pelo Papa na homilia. “A #Novidade causa sempre um pouco de
medo, porque nos sentimos mais seguros se temos tudo sob controle, se somos nós
a construir, programar, projetar a nossa vida de acordo com os nossos esquemas,
as nossas seguranças, os nossos gostos. E isto se verifica também quando se
trata de Deus.” Muitas vezes – sublinhou o Papa - seguimos e acolhemos Deus só
até certo ponto; sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena
confiança, deixando que o Espírito Santo seja a alma, o guia da nossa vida, em
todas as decisões. “Temos medo que Deus nos faça seguir novas estradas, faça
sair do nosso horizonte freqüentemente limitado, fechado, egoísta, para nos
abrir aos seus horizontes. Mas, em toda a história da salvação, quando Deus se
revela traz novidade, transforma e pede para confiar totalmente n’Ele”.
Não se trata – esclareceu o Papa - de seguir a novidade pela novidade, a
busca de coisas novas para se vencer o tédio, como sucede muitas vezes no nosso
tempo. A novidade que Deus traz à nossa vida é verdadeiramente o que nos realiza,
o que nos dá a verdadeira alegria, a verdadeira serenidade, porque Deus nos ama
e quer apenas o nosso bem. Perguntemo-nos a nós mesmos: “Permanecemos abertos
às surpresas de Deus? Ou fechamo-nos, com medo, à novidade do Espírito Santo?
Mostramo-nos corajosos para seguir as novas estradas que a novidade de Deus nos
oferece, ou pomo-nos à defesa fechando-nos em estruturas caducas que perderam a
capacidade de acolhimento?
Passando ao segundo ponto – a #Harmonia,
o Papa Francisco observou que “à primeira vista o Espírito Santo parece criar
desordem na Igreja, porque traz a diversidade dos carismas, dos dons. Mas não.
Sob a sua ação, tudo isso é uma grande riqueza, porque o Espírito Santo é o
Espírito de unidade, que não significa uniformidade, mas a recondução do todo à
harmonia. Quem faz a harmonia na Igreja é o Espírito Santo… Só Ele pode
suscitar a diversidade, a pluralidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo,
realizar a unidade.”
“Quando somos nós a querer fazer a diversidade fechando-nos nos nossos
particularismos, nos nossos exclusivismos, trazemos a divisão; e quando somos
nós a querer fazer a unidade segundo os nossos desígnios humanos, acabamos por
trazer a uniformidade, a homogeneização. Se, pelo contrário, nos deixamos guiar
pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca dá origem ao
conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja”. E
aqui o Papa deixou uma advertência contra o risco de abandonar a comunidade
eclesial para seguir “caminhos paralelos”: “O caminhar juntos na Igreja,
guiados pelos Pastores – que para isso têm um carisma e ministério especial – é
sinal da ação do Espírito Santo; uma característica fundamental para cada
cristão, cada comunidade, cada movimento é a eclesialidade”.
Finalmente, sobre a #Missão,
Francisco recordou que “os teólogos antigos diziam: a alma é uma espécie de
barca à vela; o Espírito Santo é o vento que sopra na vela, impelindo-a para a
frente; os impulsos e incentivos do vento são os dons do Espírito. Sem o seu
incentivo, sem a sua graça, não vamos para a frente. O Espírito Santo faz-nos
entrar no mistério do Deus vivo e salva-nos do perigo de uma Igreja gnóstica e
de uma Igreja narcisista, fechada no seu recinto; impele-nos a abrir as portas e
sair para anunciar e testemunhar a vida boa do Evangelho, para comunicar a
alegria da fé, do encontro com Cristo.” “O Espírito Santo é a alma da missão. O
sucedido em Jerusalém, há quase dois mil anos, não é um fato distante de nós,
mas um fato que nos alcança e se torna experiência viva em cada um de nós… É o
Espírito Paráclito, o Consolador, que dá a coragem de levar o Evangelho pelas
estradas do mundo! O Espírito Santo ergue o nosso olhar para o horizonte e
impele-nos para as periferias da existência a fim de anunciar a vida de Jesus
Cristo. Perguntemo-nos, se tendemos a fechar-nos em nós mesmos, no nosso grupo,
ou se deixamos que o Espírito Santo nos abra à missão.”
"Revivemos a experiência da Igreja
nascente, em oração com Maria, Mãe de Jesus. Também nós, na variedade dos
carismas, experimentamos a beleza da unidade, de ser uma coisa só. E isto é
obra do Espírito Santo, que cria sempre de novo a unidade da Igreja."
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